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TSE nega ter feito acordo com militares para apuração paralela de votos

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou, nesta segunda-feira (12), por meio de nota, que o ministro Alexandre de Moraes, presidente da Corte, tenha feito um acordo com as Forças Armadas para que os militares fizessem uma apuração paralela dos votos depositados nas urnas eletrônicas na eleição de 2022, como afirmou reportagem do jornal Folha de S. Paulo.

Segundo a nota do TSE, os militares não terão “acesso diferenciado em tempo real” à apuração dos votos.

Assim como em eleições anteriores, poderá ser feita a fiscalização da contagem dos votos por meio dos boletins de urna (BUs), disponibilizados ao final da votação, esclareceu o TSE. A única novidade será no acesso aos BUs, que poderão ser visualizados também por meio da internet.

“O TSE reitera informação amplamente divulgada em junho passado sobre a contagem de votos, a partir da somatória dos BUs [boletins de urna], ser possível há várias eleições e que para o pleito deste ano, foi implementada a novidade de publicação dos boletins de urnas pela rede mundial de computadores, após o encerramento da votação para acesso amplo e irrestrito de todas as entidades fiscalizadoras e do público em geral”, diz o TSE em nota.

Parte dos militares, entre eles o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, aderiram ao discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas, que o mandatário diz não serem seguras. Candidato à reeleição e segundo colocado em todas as pesquisas de intenções de voto, que mostram a liderança do ex-presidente Lula (PT), Bolsonaro vem há meses questionando a segurança das urnas, que ele defendeu com ênfase em 1993, quando o sistema nascia.

O que disse a Folha

Reportagem da Folha de S. Paulo diz que Moraes fechou um acordo com os militares em reunião no dia 31 de agosto para liberar às entidades fiscalizadoras os arquivos brutos da totalização enviados pelos tribunais regionais.

Com a concessão de Moraes, os militares terão acesso em tempo real aos dados enviados para a totalização, em vez de ter de coletar as informações na base de dados do TSE disponibilizada na internet, diz o jornal.

Ainda de acordo com o jornal, os militares teriam acesso a seções eleitorais espalhadas pelo país para tirar e enviar fotos do QR Code dos boletins de urna para o Comando de Defesa Cibernética do Exército, em Brasília, que faria um trabalho paralelo de contagem dos votos.

A conferência, diz fontes ouvidas para reportagem, será feita com 385 boletins de urna —amostragem que, pelas contas dos técnicos, garantiria 95% de confiabilidade.

O resultado dos boletins de cada urna será conferido com os dados enviados pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para o TSE.

A conferência da totalização dos votos é uma das fases da fiscalização do processo eleitoral definidas pelo TSE. Em resolução, a corte permite o envio das imagens dos boletins de urnas após a conclusão da totalização dos votos.

A expectativa de militares ouvidos pela Folha é que, na mesma noite em que o resultado for proclamado, já haja também uma conclusão da análise das Forças Armadas, diz a reportagem.

Reprodução/TSE

CUT