Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O programa Mais Ciência na Amazônia receberá R$ 3,4 bilhões de investimentos para recuperar e consolidar a infraestrutura de pesquisa, aperfeiçoar sistema de monitoramento, apoiar o desenvolvimento de cadeias produtivas, ampliar a segurança alimentar, entre outras ações na região.
O anúncio acontece na véspera da realização do encontro internacional Cúpula da Amazônia que acontece em Belém, no Pará, onde a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos comunicou nesta segunda-feira (7), a destinação do maior volume de investimentos em ciência da história na região Amazônia. O evento aconteceu no Museu Paraense Emílio Goeldi.
Na ocasião, a ministra reforçou o papel da ciência para o desenvolvimento do país. “O MCTI quer contribuir ainda mais para a implementação de políticas públicas e investimentos que gerem resultados concretos para as populações que vivem na Amazônia. Nesse sentido, anunciamos no dia de hoje um robusto programa de investimentos em ciência, tecnologia e inovação para a região amazônica”, exaltou a ministra.
O programa Mais Ciência na Amazônia prevê ainda a expansão da conectividade e a promoção da capacitação digital na região, atrair e manter pesquisadores, além de preservar os acervos locais, informou o MCTI. Os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), serão empregados entre 2024 e 2026.
Infraestrutura
Para a ministra, o investimento do Proinfra “tem a perspectiva de resgatar a capacidade das nossas instituições de produzir ciência de qualidade e tecnologia de ponta que possam ajudar o país a crescer, a reduzir as assimetrias regionais e a gerar emprego e renda”, ponderou.
Segundo o MCTI, cerca de R$ 700 milhões será aplicado em projetos de infraestrutura, para equipar, ampliar e modernizar os laboratórios e infraestrutura de pesquisa de universidades e Institutos de Ciência e Tecnologia. Outros R$ 800 milhões serão destinados para apoiar a inovação em áreas estratégicas para a reindustrialização em novas bases tecnológicas e sustentáveis e R$ 550 milhões no desenvolvimento de novos satélites de sensoriamento remoto para monitoramento da Amazônia.
A ministra anunciou ainda investimento de 500 milhões de reais no Pró Amazônia – “um programa que criamos para gerar conhecimento sobre a diversidade biológica e para o desenvolvimento de tecnologias e atividades econômicas inovadoras na perspectiva da exploração sustentável das riquezas naturais da região”, acrescentou Luciana Santos.
Agricultura familiar
O MCTI também irá apoiar a agricultura familiar através de estímulos à comercialização e à inclusão socioprodutiva dos povos tradicionais. “nosso objetivo é desenvolver soluções para os gargalos científicos e tecnológicos, agregar valor aos produtos e gerar desenvolvimento e renda para as populações tradicionais”, completou Luciana Santos.
Presente no evento, o presidente da Finep, Celso Pansera ressaltou que “este é um anúncio que os bancos não conseguem fazer porque são recursos não retornáveis” e continuou “aqui, a Finep e o MCTI anunciam recursos transversais para a ciência da Amazônia. São conjuntos de ações que o Ministério fará por meio da Finep e do FNDCT que não retornarão para os cofres públicos diretamente, mas vão retornar para o bem-estar social, desenvolvimento social e combate à fome”, afirmou.
Investimento público no Museu Goeldi
Também foram anunciados investimentos na instituição museológica e científica pública Emílio Goeldi fundada em 1911. O museu abriga o primeiro parque zoobotânico do Brasil, a mais antiga instituição científica da Amazônia e, o segundo museu de história natural brasileiro. Para o local, serão destinados cerca de R$ 10,6 milhões para reforma. “Uma obra emergencial para a preservação da história da Amazônia”, afirmou Luciana Santos.
O fortalecimento da pesquisa científica na Região Amazônica é uma meta para o ministério. Tanto que o Museu Paraense Emílio Goeldi, com 156 anos de história, vai ser a sede do MCTI durante a COP 30, em 2025, como anunciou a ministra.
O prédio abriga atualmente exposições de ciência e arte, informações ao público e atividades educativas. Na ocasião, o diretor do Museu Goeldi, Nilson Gabas Júnior, lembrou que além de investimentos em reforma e infraestrutura, o ministério foi o primeiro a anunciar recursos para a realização de concurso público para o órgão.
“Sem precedentes, esse conjunto de investimentos que a ministra divulgou é histórico e de importância única. Tudo que a gente deixou de fazer nos últimos anos, a gente precisa retomar agora. São recursos financeiros e também humanos. Agradecemos também pelo anúncio do concurso público”, celebrou Gabas Júnior.