“Podemos considerar que apenas hoje começou de fato a negociação com o patronal no ensino superior”, disse Celso Napolitano, coordenador da comissão de negociação dos sindicatos integrantes da Fepesp, em nova rodada de negociação com representantes das instituições de ensino superior nesta quarta-feira (27).
Segundo Napolitano, as propostas encaminhadas pelas mantenedoras nas reuniões anteriores tinham apenas a intenção de apresentar dificuldades irreais e inaceitáveis na negociação, para depois retirá-las com a intenção de caracterizar um “avanço”: “A comissão patronal utilizou a antiga estratégia de colocar um bode na sala”, afirmou.
Porém, embora tenha diminuído o número de “reivindicações” absurdas, permanece inaceitável a proposta apresentada na reunião desta quarta: 4% de reajuste salarial, a partir de março/22; abono de 30% do salário em outubro, a rediscussão de diversas cláusulas: férias, contribuição assistencial, homologação das rescisões contratuais no sindicato, redução de jornada, banco de horas (para auxiliares de administração escolar) e a inclusão de outras: concentração de aulas e ensino híbrido.
Os membros da comissão da Fepesp insistiram nas reivindicações apresentadas: atualização das cláusulas de abrangência, licença maternidade, adoção e paternidade, além da proteção aos professores com sofrimento psicológico e a regulamentação do ensalamento, direitos autorias e da EaD e também na pretensão de corrigir a defasagem salarial pelo índice inflacionário. A inclusão da cláusula de abono ou PLR foi aceita pelos representantes sindicais, desde que seja de 50% do salário bruto.
Os representantes patronais não aceitaram firmar acordo de garantia da ultratividade das cláusulas (manutenção da Convenção Coletiva atual até o encerramento das negociações), decisão que foi duramente criticada pelos representantes sindicais e coloca em dúvida a seriedade da mantenedoras nesta negociação.
Os membros da comissão dos Sindicatos integrantes da Fepesp voltaram a insistir com veemência na agilização do processo negocial e na discussão imediata e prioritária das cláusulas econômicas.
Alerta a professores e auxiliares – Nova rodada de negociação ficou marcada para a próxima quarta-feira, dia 4 de maio. Mas fique de olho: professores e auxiliares poderão ser convocados a qualquer momento pelo Sindicato. Converse com seu colega na sala de professores. Prepare-se para atender convocações e forçar o patronal a reconhecer um reajuste justo!