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CTB recebe Amanda Verrone, representante da LAB, maior central sindical de esquerda do País Basco

Na manhã desta quinta-feira (20), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), recebeu, Amanda Verrone, secretária em Relações Internacionais na LAB (Central Sindical do País Basco), mestre em direitos humanos, interculturalidade e desenvolvimento pela Universidad Pablo de Olavide (UPO), graduada em direito pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e atuante em questões sociais e políticas públicas. Amanda compartilhou como a LAB e o País Basco se organizam politicamente, que a LAB é de esquerda independentista, socialista, luta contra a opressão de gênero, é feminista, antirracista, promove a normalização do Basco e participa de lutas políticas e sociais.

A professora e presidente do Sinpro-Sorocaba, Mara Kitamura, esteve presente no encontro representando o Sindicato dos Professores de Sorocaba e Região.

A LAB foi fundado em 1974 no País Basco do Sul e expandiu-se para o País Basco do Norte em 2000, proporcionando uma organização nacional para todos os trabalhadores da região e construiu-se através de esforço e dedicação à proteção dos trabalhadores bascos. Com 45.000 filiados e 4.200 delegados, o sindicato cresceu constantemente, fortalecendo sua representação.

LAB do País Basco e CTB, discutem lutas políticas e sociais em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras.

 

Da Unesp ao País Basco

Amanda Verrone visitou o País Basco pela primeira vez em 2015, onde ficou por dois anos, em um intercâmbio quando cursava direito na Unesp de Franca-SP. Retornou ao Brasil, se formou e depois voltou a Europa onde mora desde 2020. “O País Basco é uma divisão administrativa do Estado espanhol, sendo uma comunidade autônoma como uma província. Ele está dividido por uma fronteira geográfica natural (Pirineus), e, portanto, a parte norte do país está sob dominação o estado francês, e a parte sul do país basco está sob dominação do Estado espanhol. Todas as sete províncias históricas definem o País Basco como nação, uma nação que não se reconhece como estado próprio”, contou Amanda.

“Sou a única brasileira no sindicato, e temos somente três latino-americanos lá. Somos poucas por enquanto, mas também indica que o sindicato está dando muito mais espaços, porque está abrindo as portas para nós trabalhadoras que viemos de outras “trincheiras”, é o internacionalismo colocado na prática e reconhecer que a própria sociedade Basca é cada vez mais diversa e soberana na sua própria diferenciação”, completou.

A Trajetória do Sindicato LAB no País Basco – A maior Central independentista soberanista

O LAB foi fundado em 1974 no País Basco do Sul e expandiu-se para o País Basco do Norte em 2000, proporcionando uma organização nacional para todos os trabalhadores da região e construiu-se através de esforço e dedicação à proteção dos trabalhadores bascos. Com 45.000 filiados e 4.200 delegados, o sindicato cresceu constantemente, fortalecendo sua representação.

“O LAB é o sindicato nacional que está localizado nos dois lados (norte e sul) do País Basco, isso é muito importante para a nossa reivindicação como nação. É um sindicato que vem de uma tradição de esquerda independentista Basca, que durante anos enfrentou diferentes conflitos políticos na luta por reconhecimento dessa nação. Somos uma confederação sindical representada em todos os setores, é o sindicato que mais cresce, enquanto a direita independentista vai perdendo força, vamos ganhando força. Isso é parte de uma mudança de projeto de país, vinculada a luta política institucional. Tivemos eleições municipalista em todo território e a força da esquerda em geral vem crescendo, no próprio país basco, e isso se reflete na consciência de classe das trabalhadoras e trabalhadores”, disse a secretária.

 

A atuação da LAB na luta feminista e contra o racismo

“No último congresso, uma grande decisão coletiva que tomamos foi a criação da secretária antirracista, sendo assim o único sindicato não só do país basco, mas do Estado espanhol que tem uma secretária orgânica dentro da própria estrutura para políticas antirracistas”, pontuou Amanda.

“Com o aumento do feminicídio fazemos a leitura de que ele é uma característica intrínseca do aumento da desigualdade social, do empobrecimento, do aumento da falta de política das trabalhadoras e da política de violência e discurso de ódio que é histórica nesse patriarcado, que também é condição para sustentar o capitalismo. Sem patriarcado, não existe, capitalismo. Nesse ano tivemos mais de seis feminicídios no País Basco, e muitas ocorrências de agressões. E toda vez que há um feminicídio, todas as cidades do País Basco, inclusive através da Marcha Mundial de Mulheres no País Basco, a população vai para rua denunciar. E isso tudo é motivado pelo avanço do movimento feminista, e a violência vem mais forte para tentar nos calar dessa possibilidade de transformação. A FSM vem avançando e fazendo muitas mudanças, mas reconhecemos que não só na FSM, mas nas nossas próprias organizações o sindicalismo como um todo é um espaço muito masculinizado. Então as perspectivas feministas são imprescindíveis não só como reparação histórica para corrigir, mas, para transformar na raiz esse modelo que é desigual e violento”, finalizou Amanda Verrone.