Neste 5 de junho é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente. O inviolável direito à vida de todo ser humano perpassa a importante e delicada questão ambiental. O avanço capitalista dos dois últimos séculos colocou em xeque a preservação do ambiente natural em que todos estão inseridos. Os recursos naturais do planeta não pertencem a um indivíduo e nem a um grupo em particular. Como disso depende a vida de todos e o futuro das próximas gerações, o meio ambiente é um bem público global. Dessa forma, sua preservação é um direito de toda a humanidade.
Em 1948, quando foi redigida a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a questão da preservação ambiental foi negligenciada. No entanto, setenta anos depois é inquestionável que a não destruição do meio ambiente é um direito humano e dos mais importantes, considerando que disso depende a futuro da raça humana. Neste século XXI, vê-se constantes debates, conferências e acordos governamentais para a preservação ambiental, mas o que de fato é feito está aquém do necessário. As agendas governamentais consideram em primeiro lugar a questão econômica, ainda que isso se choque com o que é necessário para garantir a não devastação da natureza. Os pactos firmados quanto à preservação ambiental não cumprem com os compromissos assumidos e disso resulta um constante desequilíbrio entre desenvolvimento econômico-social e preservação do meio ambiente.
Com o rápido crescimento demográfico, ainda que isso tenha diminuído no último século, mas não o bastante, aumenta-se sensivelmente o padrão de consumo da sociedade e isso corrobora diretamente com os impactos ambientais. A pressão sobre os sistemas naturais é acelerada devido ao avanço industrial, explicitando a incompatibilidade entre o consumismo e a preservação dos recursos naturais do planeta.
Aliado a esse crescimento demográfico, segue um processo de formação de cada vez maiores aglomerados urbanos, gerando um impacto ambiental de escala gigantesca. Tal urbanização descontrolada leva à necessidade cada vez maior de consumo de energia e de infraestrutura urbanística, produzindo tantas vezes um caos que esbarra num processo de deterioração ambiental.
O aumento da demanda por energia, resultado do crescimento populacional, conduz a políticas energéticas que pouco se preocupam com pesquisas e implementos de energia limpa. O que acaba sendo priorizado são construções de novas usinas hidrelétricas e termelétricas, além de usinas nucleares e seus problemas relativos ao tratamento dos resíduos radioativos. Os combustíveis fósseis ainda estão no topo da prioridade energética dos governos e deles resulta uma poluição ambiental descontrolada e com devastador impacto. À queima dos combustíveis fósseis está ligado o aquecimento global devido ao aumento da concentração de gases estufa na atmosfera. Isso está causando uma alteração sensível na temperatura do planeta, que poderá gerar um cenário futuro de grandes catástrofes ambientais.
A poluição em larga escala não está restrita ao ambiente atmosférico. Também ocorre de modo acelerado nos recursos hídricos do planeta. As atividades agropecuárias e a produção de resíduos urbanos têm contribuído para a poluição de rios e lagos. Isso compromete de modo decisivo o abastecimento de água das cidades, além de prejudicar a atividade pesqueira e outros usos essenciais dos recursos hídricos.
Outro fator extremamente preocupante é o desmatamento operado em larga escala. Com isso sofre a biodiversidade do planeta, com a extinção de espécies da fauna e da flora. Essa perda genética terá impacto sobre o desenvolvimento tecnológico e científico, principalmente ligado às pesquisas médicas e farmacêuticas. Além, claro, de gerar desequilíbrio natural nos ecossistemas.
Um dos fatores ligados à perda da biodiversidade é a expansão das fronteiras agrícolas, marcada por uma agricultura industrial de larga escala que faz uso descontrolado de fertilizantes e pesticidas. Cada vez menos a agricultura familiar recebe amparo governamental e ela seria uma forma de desenvolvimento agrícola sustentável com produção de alimentos de modo a não impactar o meio ambiente.
Como se vê, a questão ambiental é de suma importância para o futuro da humanidade e cada vez mais ela é tratada com descaso e irresponsabilidade por governos e pela sociedade civil. Caso esse cenário não seja alterado, a vida e o mundo que conhecemos hoje sofrerá graves danos, que poderão ser irreparáveis. As gerações futuras pagarão um alto preço pelas ações e não ações da geração atual.
O Sinpro-Sorocaba solidariza-se com a luta pela preservação ambiental e com o respeito em relação aos seres humanos de hoje e de amanhã.
Fonte: Prof. Joel Della Pasqua