Com o objetivo de discutir os impactos da gestão compartilhada e a garantia de condições dignas para os profissionais de educação das escolas municipais que integram esse sistema de gestão, a Câmara Municipal de Sorocaba realizou audiência pública, na sexta-feira (16), por iniciativa da vereadora Iara Bernardi (PT), que presidiu a audiência e dividiu a mesa dos trabalhos com a vereadora Fernanda Garcia (PSOL); a secretária interina de educação, professora Marlene Leite; o professor e ex-vereador Renan Santos, representando o Sindicato dos Professores de Sorocaba e Região (Sinpro-Sorocaba); e as assessoras da secretaria da educação, Aparecida Gutierrez e Maria Angélica.
Renan Santos se pronunciou na audiência pública e denunciou as mazelas das instituições, entre elas o Centro Educacional Apascentai de Ação Social: “Temos muito claro que a educação é um bem público, portanto, defendemos uma escola pública, gratuita, de qualidade, laica, mas sabemos que muitas vezes a realidade se impõe e, na ocasião da implantação desse modelo, aceitamos debatê-lo. Deixamos claro que o nosso sindicato tem uma convenção coletiva, um piso salarial e uma série de direitos e garantias históricas que precisam ser respeitados. Num primeiro momento, as organizações eram de Sorocaba, já prestavam um serviço à sociedade. No atual governo, piorou nossas relações com essas instituições, muitas delas nem são de Sorocaba”, afirmou, citando um caso em que professoras de uma organização social ficaram sem receber salários.
Fotos: Kaique Lamarca
A Prefeitura de Sorocaba, desde a gestão do prefeito José Crespo, tem caminhado na contramão desse pressuposto de valorização da educação, uma vez que, de acordo com a vereadora Iara, tem-se se intensificado o processo de terceirização nessa área, na qual se insere o sistema de gestão compartilhada do ensino da atual gestão. “Ainda não vi nenhuma fundamentação pedagógica para esse modelo de educação”, enfatizou Iara Bernardi, observando que o modelo foi implantado em 23 próprios da administração municipal, com diferenças salariais entre os professores efetivos da rede pública e os que são contratados pelas entidades gestoras do modelo compartilhado de ensino.
Renan Santos ressaltou o papel do sindicato na defesa dos direitos das professoras e dos professores e disse ainda que são aguardadas algumas respostas a demandas dos profissionais da educação, entre os quais, analisar proposta patronal acerca de férias e recesso – referente ao calendário de 2023.
A diretoria do Sinpro-Sorocaba não medirá esforços para defender às professoras e os professores das organizações sociais, cobrando para que a convenção coletiva da categoria seja cumprida. O Sinpro-Sorocaba reafirma sua postura de luta incansável em favor do respeito e valorização da carreira docente.
Uma educação de qualidade passa também por respeito, salário digno e melhores condições de trabalho.